Olá a todos,
Bom, tenho lido muito pelos fóruns de rádio na internet reclamações completamente sem sentido sobre a “Aemização” do FM no Brasil, em especial no Rio de Janeiro. Os “entendidos” dizem que isso mata a AM, que isso mata a FM, que isso mata o Papa, Jesus Cristo e até mesmo Satanás. Que é um absurdo, que vamos parar não sei aonde, etc etc etc. Menos, muito menos. Santo exagero, Batman! Vamos pegar o exemplo mais recente: Segundo muitos afirmam, o SGR agora é dono do 89.3 FM, que, teoricamente, irá abrigar a Rádio Globo. Não consigo ver isso sendo ruim. Sabe porque? Porque esse rádio que se baseia somente em música morreu quando nasceu o Ipod. Música, as pessoas baixam e ouvem nos seus players pessoais. Agora, comunicadores de verdade, você só vai encontrar no dial. E eles, juntos com as pautas de seus respectivos programas, são os responsáveis por elevar ou derrubar o ibope. Junto dessa reclamação, vem o questionamento sobre os empregos que serão perdidos. Tudo bem, é triste? É, e eu mesmo já passei por isso quando a rádio Cidade foi arrendada pela OI FM. Mas, o mundo é assim há bastante tempo. Empresas abrem, fecham e se toca a vida. Não entendo o espanto, até porque, quem realmente é bom – e nisso, além do profissional, eu incluo o relacionamento pessoal também – sempre se recoloca. E geralmente, aquele que reclama que não conseguiu recolocação era aquele malandro que tratava seu emprego privado como público...
Quanto a programação das rádios AM no FM, é fato que força as empresas a buscar novos talentos no quesito comunicadores. Locutor, qualquer um pode ser. Comunicador é outra parada bem mais complicada. Me diz aí: existe alguém hoje para substituir o José Carlos Araújo? E o Antonio Carlos? E o Roberto Canázio? Isso porque eu estou usando somente comunicadores da Rádio Globo. Sem contar a galera da Tupi, que também é muito boa.
O AM já morreu faz tempo, senhoras e senhores. Celular e MP3 Players com rádio só pegam a FM. Quem não migrar para a FM está fadado ao limbo. Felizmente ou infelizmente. E por favor, não vamos começar aqui com esse papo de rádio digital, porque a rádio digital simplesmente não aconteceu nem nos EUA, nem na Europa. Em compensação, os talk shows são um formato cada vez mais lucrativo e interessante e que só fazem crescer. Para um país que carece de cultura e informação de qualidade como o nosso, me parece uma opção e tanto.
Para fechar o papo, eu tenho certeza que os profissionais que por hora perderam seus empregos logo se recolocam, até porque, rádio em formato talk show dá um trabalheira braba. Eu produzia junto com meu amigo Van Damme um programa na BEAT98 chamado “Bate-Boca” que tinha esse formato. Todo sábado, das 19h ás 21h, só com convidados batendo papo. O resultado era ótimo, as reuniões de pauta ótimas também, mas produzir o programa era algo que nos tomava a semana inteira. Brabíssimo!
Nos vemos por aí,
Paulinho.
Produtor BEAT98
Paulinho é Radialista e trabalha atualmente na Beat 98 - 98,1Mhz - Rio de Janeiro e é Colunista do Blog RádioFônico.